Saturday 27 October 2012

O feminismo… ó, o feminismo...


     Uma amiga minha me indicou uma reportagem no facebook pra que eu desse minha opinião (valeu, Clarissa!), e essa opinião ficou tão gigantesca que eu resolvi escrever um post sobre isso!

      Bom a reportagem é a seguinte (link) : basicamente, a tal da Rebecca Watson, que é uma vlogueira e ativista pelo ceticismo e ateísmo e feminismo (e mais alguns ismos...), costuma falar e dar palestras de como as mulheres são tratadas diferente quando dão sua opinião em áreas dominadas por homens. As queixas dela são válidas, e as principais vão dos comentários que ela recebe nos vídeos, que geralmente falam da sua aparência e essas coisas, até as ameaças de estupro que ela recebe quando alguém não concorda com os pontos de vista dela.

     Bom, é foda isso e eu concordo com ela em 99% dos argumentos. Mulheres na ciência sabem o quão desconfortável e ultrajante é quando associam o seu sucesso profissional com a sua aparência física. Eu me lembro que assim que consegui minha bolsa na Austrália e o aceite do meu atual orientador, fui contar toda feliz pra um grupo de amigos e tive que ouvir o seguinte comentário: “Nossa! Como você conseguiu isso? Mandou uma foto de biquíni pro seu orientador, né?” Eu fiquei tão sem-reação que nem me lembro o que respondi. Devia ter falado que mandei uma foto pelada mesmo e que só por isso tinha conseguido o dobro do valor da bolsa normal, mais um almoço grátis e 2 potes de vegemite. E ainda terminava com um... “como é fácil ser mulher nesse mundo, né? Sem nenhum esforço a gente consegue tudo que quiser! Ai, que dó de vocês homens que tem que ficar fazendo... como é mesmo o que vocês fazem? Ah! Ciência... né?”

     Enfim, mas não falei então não tá falado. Quem sabe essa pessoa leia isso e a carapuça lhe sirva. Se bem que ele nem deve se lembrar disso... Eu exemplifiquei uma situação pessoal, porque eu sei (e acredito que todas as mulheres saibam) como é de fato ser vítima de sexismo. E a Rebecca parece fazer um trabalho legal nesse sentido (mas eu admito que nunca tinha ouvido falar dela...).




     Mas vamos ao 1% que eu discordo dela. Vamos supor que as ameaças sejam comentários aleatórios no youtube e que nada disso seja realmente uma ameaça física (senão chama a polícia, mermão!). Primeiro eu acho que se você se expõe, você está sujeita a críticas. E isso não importa se vc é branco, preto, homem ou mulher. É claro que o tipo de comentário que você recebe é diferente, mas o resultado é o mesmo. Ameaçar uma mulher de estupro não é em caso nenhum justificável. Nem de brincadeira. Mas também não é justificável desejar que um homem morra de câncer, ou ameaçá-lo de “espancar até a morte”. E esses comentários são comuns nos vlogs de homens ateístas. O que eu quero dizer é que, na minha humilde opinião, esse fato não se configura um caso de sexismo. Parece aquela coisa de mulher intocada, que ninguém pode direcionar um xingamento, senão essa pessoa é sexista. Porra! Dá a cara à tapa, é isso que vai acontecer. Ser ateísta e cético não é fácil pra ninguém!! Tem milhões de religiosos e pessoas que vão discordar de você e desejar que você queime no inferno, seja apedrejado e morra sofrendo muito. Ela ainda comenta algo do tipo “recebo esse tipo de comentário inclusive da própria comunidade de céticos e ateus”. Minha filha, impossível concordar com tudo! E tem idiotas em todos os grupinhos, inclusive entre ateus, céticos e (pasmem!) vegetarianos. Não é porque é a “sua galera”, que todo mundo tem que concordar com você! Ainda bem, né? Senão seria tudo estático e sem emoção.

     Mas de boa... eu acho que o que eu mais acharia ruim seria o comentário do tipo “Nossa, ela é tão gostosa que eu nem prestei atenção no que ela falou”. Isso é baixo e vulgariza a mulher tornando-a um objeto não-pensante.

     “Ui, ela prefere ser ameaçada de estupro do que ser chamada de gostosa!” haha! Colocando dessa forma fica engraçado, mas dependendo da situação, eu prefiro sim. Porque a ameaça é porque, mesmo discordando da minha opinião e me desrespeitando no mais alto nível, você me ouviu – e é um idiota. Mas isso é válido. Pessoas tem opiniões diferentes. Eu posso perfeitamente em troca, desejar que seu pinto caia, que você tenha ejaculação precoce e posso te ameaçar de uma castração sem anestesia, com uma faca enferrujada e sem corte. E isso não seria sexismo... ou seria? Ou só vale quando um homem ameaça a mulher?

     Tá, agora vamos ao episódio do elevador, que eu gostaria de discordar, mas eu concordo com ela. Pra quem ficou com preguiça de ler a reportagem, a Rebecca estava em uma conferência de ateístas e ficou no lobby do hotel conversando com os palestrantes, até que decidiu se retirar. Quando ela chegou no elevador, outro colega a acompanhou e disse algo tipo “Ah, olha... desculpa, mas eu te achei muito interessante, e gostaria de continuar conversando contigo... você não gostaria de tomar um café no meu quarto?” Ela recusou e foi pro quarto dela. Nada demais nisso, né? Mas aí ela postou um vídeo falando da conferência e citou o episódio do elevador dizendo que ficou muito constrangida com a situação e pedindo para os caras não fazerem esse tipo de coisa. Também tudo bem, né? Mas aparentemente o treco virou um gigante de 40 pernas e até o Richard Dawkins entrou na história e todo mundo ficou revoltado porque a menina tinha achado ruim e feito um drama (que eu não vi nada de dramático) por que um cara a chamou pra tomar um café no quarto dele no hotel.


     Gente... realmente não tem nada demais num cara se interessar por você e tentar qualquer coisa. Ele está no direito dele. Mas você também tem o direito de achar isso a pior coisa do mundo, porque o que parece e o que a gente sente é que aquele cara estava ali conversando contigo e aparentemente interessado no que você estava falando quando, no fundo, ele só queria te levar pra cama. E isso é um sentimento péssimo. Pode até não ser o caso, vai que o cara realmente achou tudo que ela disse interessante e se sentiu atraído pela personalidade e tudo mais e resolveu tentar uma abordagem. Mas eu também já estive no lugar dela, também em congressos, e é horrivelmente constrangedor mesmo. Dá vontade de envelhecer 500 anos e sei lá... fazer crescer barba e espinhas em todo seu corpo, pra você não ser atraente de forma alguma e saber que as pessoas que conversam com você estão realmente interessadas no seu trabalho, ou no que você tem a dizer.        Ainda mais pra alguém como ela, que estava falando justamente da sexualização (essa palavra existe?) da mulher e tal... MAS a grande tendência que eu tenho de discordar com ela é pensando na situação oposta, sabe? E se fosse ela quem tivesse ficado interessada no cara? E se alguém que fosse falar comigo no congresso também me interessasse? Em lugares assim, as pessoas geralmente tem interesses em comum e a probabilidade é alta de algo do tipo acontecer... Eu não sei se isso acontece com os homens também e se eles também se sentem objetificados (isso existe? – ai, neologismo nosso de cada dia...) quando alguém que fala com eles só está interessado em sexo. Talvez seja uma coisa de mulher, uma auto-afirmação desnecessária da nossa capacidade intelectual, um grito frustrado pra sermos reconhecidas além da nossa casquinha. Um protesto quase diário contra a imagem de mulher gostosa e burra imposta pela mídia. Enfim, um resultado das milhares de pequenas situações que a gente passa pela vida nessa sociedade machista...

9 comments:

  1. Marina,

    A questão de violência que ela diz sofrer não é só uma ou duas ameaças de estupro. São várias, que vou só copiar e colar aqui. E ela cita outras mulheres que ela conhece e sofreram violência e "cybermobing" similares: "My YouTube page and many of my videos were flooded with rape “jokes,” threats, objectifying insults, and slurs. A few individuals sent me hundreds of messages, promising to never leave me alone. My Wikipedia page was vandalized. Graphic photos of dead bodies were posted to my Facebook page.Twitter accounts were made in my name and used to tweet horrible things to celebrities and my friends. (The worst accounts were deleted by Twitter, but some, such as this one, are allowed to remain so long as they remove my name.) Entire blogs were created about me, obsessively cataloging everything I’ve ever said and (quite pathetically) attempting to dig up dirt in my past." Isso é bem mais que uma dúzia de ameaças de estupro (que você concordou serem ruins o suficiente. Sem comentar que algumas dessas ameaças de estupro foram feitas abertamente por pessoas identificadas e ainda assim a organização de uma das conferências não deu nenhum apoio à ela.
    O que tem sido feito contra ela é feito contra outras mulheres que "ousam" falar contra o sexismo. Veja o que ouve com a Anita Sarkeesian, que lançou uma campanha pedindo dinheiro para financiar um projeto de pesquisa sobre sexismo na representação das mulheres em videogames, este ano: http://www.newstatesman.com/blogs/internet/2012/07/what-online-harassment-looks


    Quanto a questão do porque o cara está errado, um dos principais pontos é que ele esperou ela se afastar do grupo e (apesar dela estar lá discutindo exatamente sobre ser sexualizada por 12h...) em vez de falar com ela no lobby do hotel, o cara se enfiou no elevador de última hora. Ou seja, o cara a seguiu para um lugar confinado para fazer a proposta dele. Isso claramente coloca a mulher numa situação mais desconfortável ainda do que já ser sexualizada. E isso entra naquela outra questão que as feministas discutem, que os homens acham que as "boas intenções" deles justificam que interajam com as mulheres nos espaços públicos/coletivos como eles quiserem, sem considerar o como as mulheres se sentem ou sentiriam diante de certas abordagens. É fácil mostrar a questão do "dois pesos, duas medidas" quando você muda a situação e pergunta ao homem, heterossexual, em questão como ele se sentiria se fosse abordado por um homem homossexual na mesma situação, com os papeis invertidos. Eles com certeza se diriam no mínimo chateados, envergonhados ou irritados.

    E eu sei como você se sente. Eu lembro ter conversa com caras e estar crente que a pessoa está interessada em uma troca intelectual, que é o motivo de estarmos num congresso e o homem demonstrar que estava com outras intenções (nada de realmente se interessar pelo que você tinha a dizer).

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  2. Ai quero falar, ai posso falar...credo!
    Então, eu acho legal ler sobre essas coisas, gosto dos posts da minha irmã e gosto de ler as opiniões e também ter base para ver os diferentes pontos de vistas. Mas eu me considero uma pessoa que discute pouco, mesmo que eu tenha o meu ponto de vista é raro bater de frente com opiniões opostas. Na maioria das vezes tento entender o outro lado mesmo que não concorde ou aceite. Mas nesse caso, do sexismo é fato que os homens exacerbam seus sentimentos e muitas vezes falam e agem por impulso, sendo que se forem pressionados a agir sempre assim eles recuam. Eu mesma já sofri alguns momentos de constrangimento mas lembrando agora era para eu ter sofrido mais só que eu ignorei, às vezes ataquei o comentário masculino de forma tão agressiva que é visível como o homem se desequilibra em seu próprio argumento e apela para essa questão do sexismo. Essa forma de apelar é sempre a melhor fuga para se sair por cima e muitos homens e mulheres fazem isso por ser intimidador. Eu não sei mas posso estar falando besteira, não tenho tanto contato assim com pessoas de outras culturas mas pelo menos aqui no Brasil, quando se tem uma base para argumentação é fácil ver as pessoas ignorantes fazerem isso de apelar e ignorar as informações verdadeira e tudo vira uma putaria. A mulher acaba se saindo mal por conta desse sexismo e da vulgaridade, mas existem formas de ignorar, no sentido de não se sentir ofendida. Digo isso por ter acontecido comigo mais de uma vez, inclusive em acaloradas discussões tanto em ambientes formais quando informais. Sendo que depois de um comentário sexista o melhor a fazer, no caso foi relatar que seria inviável continuar a discussão com tanta ignorância da outra parte e não esboçar reação. É engraçado como isso pode quebrar as pernas do opositor, e depois até ouvir as desculpas merecidas porque a pessoa percebeu que fez um comentário apelativo. Se a pessoa é inteligente o suficiente vai te chamar a atenção outra vez e conseguir conversar de igual para igual, beleza, ponto para a outra pessoa. Mas quando a ignorância é a verdade da outra pessoa ela vai viver com aquilo para sempre, então que viva mediocremente e passar bem. O melhor que cada um tem que fazer é tocar sua vida para frente. E é engraçado ver quando alguém foi descaradamente ignorado, é hilário, e é visível ver que a pessoa só se volta para pessoas do mesmo nível. Bom, deixe estar, se você acredita no que faz é isso que importa. E depois de um tempo treinando o desapego fica mais fácil de ignorar as pessoas. Pelo menos para mim que dou mais valor para outras questões. Mas se o ser humano decide se expor, dar a cara a tapa, falar em público, aí realmente está sujeito a receber as críticas, e também não pode se ofender com tudo, a maioria dos ataques vem de pessoas que só querem atiçar exatamente esse tipo de reação e por nada, só para provocar mesmo, então se alguém entrou nesse mundo para retrucar todos os ataques dessa forma, eu acho que algumas vezes vai estar perdendo tempo e ganhando rugas com algo insignificante, algo que foi feito só para irritar, igual coleguinha de sala que não tem mais nada para fazer e quer ver o chiclete grudado na calça do professor.

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  3. Saluna, eu entendo o que você quer dizer, mas os ataques que as mulheres que se discursam abertamente em prol do feminismo em espaços tradicionalmente masculinos são muito mais do que "críticas". Até a Lola do Escreva Lola Escreva diz que já se acostumou a viver com ataques, ameaças, emails, falsos perfis difamatórios, etc... e isso é no Brasil e com um alcance menor. O que ela descreve que aconteceu com ela é muito pior e são todos crimes. vou traduzir aqui o que eu colei em inglês aí em cima:
    "Minha página no youtube e a maioria dos meus vídeos foram inundados com "piadas de estupro"**, ameaças, insultos objetificadores e xingamentos. Alguns indivíduos me mandaram centenas de mensagens, prometendo nunca me deixar em paz. Minha página na wikipedia foi vandalizada (com insultos/mentiras). Fotos explicitas de cadáveres foram postadas na minha página do facebook. Contas falsas no Twitter foram feitas em meu nome e usadas para tuitar coisas horríveis para celebridades e para os meus amigos (as piores foram deletadas pelo próprio Twitter, mas algumas como essa [link], continuaram com a condição de que removessem meu nome da página). Foram criados blogues inteiros para falar de mim,que catalogam excessivamente tudo o que eu já disse publicamente e (pateticamente) tentam descobrir segredos do meu passado".

    Isso é ameaça, perseguição e assédio, todos passíveis de punição legal no Brasil ou nos EUA. **E como é que alguém acha aceitável uma mulher receber ameaças de estupro? Só porque não se concorda com o que ela fala?

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    1. Oi Clarissa, sou a Marcela, irmã da Marina :)
      Pois é, eu entendi o post, tinha lido a reportagem toda antes até de ver o que minha irmã escreveu aqui e eu concordo com o que vocês falaram. o meu comentário foi apenas um ponto de vista meu de uma forma geral, não falei quem estava certo ou errado mas sim, muitas dessas formas de ataque são criminosas sim, e não ocorrem apenas nessa situação inclusive em termos racistas (aqui incluo sexismo, machismo, feminismo, autoritarismo e cabem muitos outros ismos mais) foi apenas um ponto de vista. Sei que para a Rebecca a reportagem foi mais um desabafo, e pelo jeito ela não tem medo de se expor e da forma com que ela faz isso algumas pessoas devem se sentir (em sua própria ignorância) tão ofendidos quanto ela fica com esses crimes. E como minha irmã falou, nesses "grupinhos"existem pessoas de todas as formas, todas as morais, e alguns são tão arrogantes que esquecem a sociedade e enxergam apenas o próprio umbigo. Cabe cada um filtrar, absorver, aprender e se expor se quiser. Não tem que concordar e nem aceitar, mas essas pessoas existem, vão sempre existir e vão existir aqueles que concordam e incitam essa violência verbal, virtual..e ainda tem os falsos moralistas que falam falam e defendem a honra e a moral social mas na hora de fazer algo ou provar suas palavras são tão covardes quanto seus "inimigos". Tem muitos pontos sobre isso que seriam interessantes para discutir mas minha opinião, no geral, é a mesma.

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    2. Oi, Marcela!

      Eu entendi agora. Desculpe.
      E creio que e' dificil encontrar a propria maneira de agir (o menso desconfortavelmente possivel) quando em face de uma "tirada" sexista/ofensiva. As vezes ficamos tao chocadas/surpresas que perdemos ate a capacidade de reacao.

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  4. Ai gente, que legal essa discussão! Então... acho que a Marcela colocou um ponto importante,e eu também acho que o limite do preconceito está justamente no limite pessoal de cada um, assim... de se atingir por aquilo. Digo, quando escrevi que ser ameaçada de estupro não deveria se configurar como sexismo - pq seria o mesmo de ameaçar um homem de cortar suas bolas fora, por exemplo - acho que ignorei o fato da individualidade de cada um. E a intensidade dos ataques, que aí talvez passaria a ser mais um bullying, cyberbullying ou coisa assim - que é crime! Mas, por exemplo, algo do tipo: "tinha que ser mulher mesmo... mulher é tudo burra!" - isso seria super sexista. Mas independentemente, não estamos mesmo livres de sermos julgados e de conviver com pessoas idiotas, mesmo nas nossas vidinhas privadas, imagina pra quem se expõe em vídeos no youtube! O que vale, e eu concordo de novo com a Rebecca é não ficar calada. A gente tem que colocar a boca no trombone mesmo, doa a quem doer. Como a Marcela falou, deveríamos constrangir as pessoas que fazem esse tipo de comentário! Mas daí parte uma grande questão da sua personalidade. Se vc é uma pessoa mais passiva - e não tem nada de errado em sê-lo - vc se torna uma vítima silenciosa, e provavelmente, frustrada. Por isso que pessoas como ela são importante, para nos mostrar que temos o direito de ter limites pessoais - e lutar por isso.

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  5. Por exemplo, acho que ficou claro que algumas pessoas não consideram a abordagem do cara no elevador um "big deal", mas se ela não gostou, com certeza a Clarissa também já disse que não gostaria, então cada um tem seu limite. Eu acharia ruim também, principalmente pq é sempre chato recusar alguém e por causa da frustração pessoal de se sentir sexualizada, sei lá... MAS, se vc tb se interessasse pelo cara, pensando na liberdade sexual de cada um, não teria nada demais passar a noite com ele. É uma coisa normal. Tá, ele se afastou do grupo pra falar com ela... mas com certeza o objetivo dele não era coagí-la ou deixá-la numa situação desconfortável. A não ser que ele seja burro o suficiente pra achar que uma mulher feminista iria sucumbir a esse truque masculino. Mas enfim, achismos também não levam a lugar nenhum. Pra mim a culpa não foi nem dele de ter chegado nela, nem dela de ter achado ruim e falado no vídeo. Acho que o problema foi essa excessiva reação às atitudes dela. Não foi justo mesmo.

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  6. Também acho! O sinistro foi o quanto a perseguição piorou depois, e o quanto milhares de ateus e céticos (pessoas, teoricamente, "esclarecidas") entraram na jogada... nada justo! Enfim, se você é uma pessoa pública, tá fudida mesmo... mas impressionante o quanto as pessoas podem ser "inteligentes" num aspecto, e totalmente intolerantes e ignorantes em outros...

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  7. Acho que isso quanto a ser ignorante em outros aspectos vai exatamente o quanto certo preconceito/racismo/sexismo/injustica social esta sancionado na sociedade, ao ponto dessas pessoas estarem conformtaveis e se sentirem certas e no direito de dirigir esse tipo de ataques a outras pessoas.

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